terça-feira, 28 de setembro de 2010

Em defesa dos caras "bonzinhos"

É duro, mas é fato...Tive que colocar bonzinhos entre as aspas porque o termo me soa um tanto quanto pejorativo...

Em uma sociedade machista e 'malandra' como a nossa, ser um cara "bonzinho" muitas vezes remete ao conceito de 'sem iniciativa' (entre tantos outros...).

Há pouco tempo, li umas observações de um psicanalista bem famoso na mídia. Ele afirma que os 'bonzinhos' têm inveja dos cafajestes porque são estes que atraem as mulheres...E por quê? Porque tais figurinhas 'encantam' as mulheres como serpente...Dizem o que elas querem ouvir, massageiam o ego, além de enganar muito bem com um falso romantismo. Ah, a mulherada se derrete toda...e os "bonzinhos" são meio que esquecidos, 'deixados de lado'...Pobrecitos...rs

Na verdade, eu não sei se o que rola é realmente inveja...Talvez seja mais um sentimento de injustiça. Afinal, 'quem não quer nada com nada consegue'...e 'quem quer fica a ver navios'? Nada justo at all...

Não posso negar que antes de cairem as máscaras dos 'cafas', eles são interessantes...Sabem seduzir, sim...Porém, depois do 'bote', geralmente, somem ou ficam, vamos dizer, bem mais 'inacessíveis'. E a mulherada? Choooooora...Salvando raras exceções, posso dizer: chora pq é burra! Depois que ficou mais do que óbvio que o 'cara perfeito' nada é mais do que um tremendo enrolador, que tal reconhecer que não foi 'esperta' o suficiente para não notar o que estava acontecendo? Homens 'sérios' não dizem 'eu te amo' no primeiro encontro...Muitos menos insistem em transar logo de cara pq 'para iniciar um relacionamento é necessário que se conheçam melhor'. Se você ainda cai nessa, I am so sorry...mas vc carece de inteligência! OK, já fui burra também e talvez haja resquícios, mas creio que já esteja meio 'vacinada'.

A questão é que nossa sociedade é hipócrita também. Se um cara chegar e te disser: 'não to a fim de um relacionamento sério, só quero te comer', você irá xingá-lo e ficará indignada, ou estou errada? Bom, que isso é uma tremenda falta de respeito, eu concordo em gênero, número e grau...mas não seria muito mais honesto que o jogo fosse aberto logo de cara? Acho que assim muitas moçoilas sofreriam menos, pq não gerariam expectativas...

Pois então, acho que muita mulher gosta de cafajestes mesmo. Isso acontece por alguns motivos, mas o principal é: masoquismo! Ter alguma esperança que este tipo vai mudar é muita ingenuidade...e iniciar um relacionamento...afff...melhor nem comentar!

Poucas vezes dá certo...digo poucas mesmo...Nunca vi uma amiga começar a sair com um cafa e o cara se apaixonar loucamente e virar 'gente'. Acontece, mas é raro...Acho que é mais lance de filme ou então...de série...Em "Sex and the City" isso rola...Carrie (Sarah Jessica Parker) se envolve com Mr.Big (Cris Noth) [spoiler] e fica totalmente encantada. OK, ele é bonitão, rico, charmoso, mas...deixa a mulher plantada no altar no dia do casamento. Ela sofre, sofre...Só que quem Carrie já havia deixado pra trás? Aidan (John Corbett). Meu, se existe um "Mr.Right", este é o cara! Bonito, sensível, inteligente, bem-humorado e cheio de valores (não o subestime, ele sabe o que quer e é bem assertivo). Romântico sem ser meloso, mas...pra que conviver com um ser perfeito assim, né? Então ela perdoa o Mr.Big-entraemcrise- viaja e encontra quem? Aidan. Fica com ele por puro teste de ego...Depois volta para os braços de Mr.Big...que, a esta altura, já é em cafa recuperado [/spoiler]. Não estou entrando no mérito de que não se força 'o gostar', mas que se deve investir no que é mais promissor, ah...isso sem dúvidas...

Mr Big e Aidan

Voltando...Outro motivo do desinteresse pelos 'bonzinhos' é que eles, geralmente, não nos 'desafiam'. Falta mistério e, principalmente, iniciativa. Infelizmente é verdade...Uma boa parte da categoria age (ou melhor, não age) assim. Assim, o pensamento que fica é: "Poxa, se não me procura, é sinal de que não está interessado". Bueno, pra início de conversa, não acho que o homem deva procurar sempre...mas ficar na 'dele' o tempo todo é broxante...ainda mais hoje em dia, cujo lema de muitas é: "A fila tem que andar".

Porém, devo ressaltar que tenho amigos que são considerados 'bonzinhos' pelo gênero feminino e que não fazem parte do esquema pre-estabelecido...São cavalheiros, ligam, convidam para programas interessantes, mas só (des)encontram mulheres indecisas ou que aindanaoseesqueceramdoexcafa. Então, o bonzinho até tenta ser cafa, mas isso não faz parte da índole dele, daí ele se  machuca ao perceber que machucou alguém...Contudo, não volta a ser como era...Passa a ser 'na dele', o que remete à falta de interesse...Enfim, um belo de um ciclo vicioso.

Por isso levanto minha bandeira: "Caras legais (não direi mais 'bonzinhos'), não desistam! Mostrem-se interessados...e sejam espertos pra saber com quem estão lidando...

Mulher que gosta de sofrer é burra. Cafajeste é brega. E cara legal não pode se esconder, não. Iniciativa rocks! rs.

Só pra fazer um 'adendo'...há muitas mulheres 'cafa' também...Só que daí o 'joguinho' é meio diferente...e muitos homens caem como 'patinhos'.

Olho vivo, minha gente!

NAMASTE

PS: Desculpem pela repetição e pelos erros...São mais de 7h da matina e eu ainda não dormi :S

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

AMOR À DISTÂNCIA

Pode parando! Não é comigo o lance. Já namorei muito à distância e estou mais do que "ciente" de que não funciona. Well, tratando-se de mim e relacionamentos, tal argumento pode ser questionado. That's for sure! rs.

"Amor à Distância" é uma película recém-lançada nos cinemas que exorciza o preconceito em relação às comédias românticas. Sim, a história é previsível e o tema também não é dos mais criativos, mas o filme é tão bem montado e o roteiro tão redondinho que fica meio difícil torcer o nariz ao assisti-lo.

Pra começar que a química entre o casal protagonista é fantástica. Drew Barrymore e Justin Long estão excelentes na fita, talentos indiscutíveis. Confesso que esperava por um "dramalhão", pois o nome do longa já sugere conflitos. No entanto, fiquei surpresa com o humor ágil e constante.

                           
Apesar de parecer óbvia, a obra apresenta situações inusitadas, acompanhadas por uma trilha sonora extremamente pertinente.
Não posso negar que em determinada parte do filme, rola mesmo uma novelinha mexicana. Afinal, "manter um namoro semi-presencial" não é fácil. É aí que surgem aquelas ceninhas de reflexão, saudades, ciúmes...mas que logo são substituídas por outras, de bom-humor implacável.

A direção também merece um super crédito. Apesar de despretensioso, o script é muito bem feito. O movimento de câmeras também é interessante, produzido por uma edição muito bem orientada. Tudo realizado de forma sutil, é aí que 'mora a pegada'.

É por isso que "Amor à Distância" encanta. Você chega ao cinema e pensa: "Lá vem mais uma comédia romântica melosa". Contudo, devido ao formato diferenciado da película, já no início a ideia pré-concebida muda. É evidente que não estou falando de uma mega-produção merecedora de Oscar (meio óbvio rs), mas que, sem dúvida, merece ser assistida. No mínimo, seu astral vai melhorar.

Vale o preço do ingresso.

*Curiosidade: o casal protagonista já namorou na vida real...e há rumores de que já rolou reconciliação...

NAMASTE

sábado, 11 de setembro de 2010

11/09 - BLACKOUT

Nem liguei a TV ainda porque sei que "hoje é dia". Obviamente todos sabem a que me refiro: September 11th, Twin Towers. Sim, o atentado que "abalou o mundo". E não...meu intuito não é escrever sobre o 'evento' de maneira racional, debatendo questões políticas ou esmiuçando fatos já extremamente detalhados, tantas vezes, por tanta gente... Gostaria apenas de "dividir" minha impressão sobre um assunto que parece totalmente 'desconectado' ao citado acima, que é: "como o cérebro pode nos manipular". Confuso? Pois deixe-me explicar melhor...

New York. Onze de setembro de 2001. Pessoas correndo nas ruas, o metrô em "sinal de alerta", e eu, naquela data e local, apenas preocupada em ir ao colégio, pois o relógio não é lá muito amigo, já que sempre estou atrasada...

Sem TV e sem o hábito de escutar rádio de manhã, observei que tudo estava muito estranho...mas tentei seguir para o meu destino. Foi quando notei a 'muvuca generalizada'. Um tanto quanto confusa, acabei entrando em uma farmácia. Lá a TV estava ligada.

A partir de então comecei a prestar atenção em uma jornalista, visivelmente abalada, que comentava sobre o 'ocorrido' com as Torres Gêmeas. Praticamente chorando, a profissional transmitia o que se passava naquele momento: "Pessoas não param de se jogar do prédio. O que está acontecendo é uma tragédia que ninguém jamais imaginou" (último comentário um tanto quanto 'questionável', mas não estou aqui pra isso).

Como não 'funciono' bem pela manhã e, pra completar, havia dormido mal, foi a partir daí que comecei a 'ligar os fatos' e resolvi voltar para a residência estudantil, em busca de mais informações e também temendo por minha segurança, é claro.

Chegando lá, dei "de cara" com minha roommate, que chorava muito. Aos poucos, ela conseguiu me contar o que estava rolando. Sentimentos estranhos começaram a tomar conta de mim. Uma 'surtada leve e momentânea" foi o primeiro. Afinal, ninguém sabia ao certo o que estava acontecendo... e as especulações eram as mais diversas. Tentei me manter positiva e, até então, a palavra "atentado" ainda me soava exagerada. Foi quando percebi que não podia telefonar, nem ter acesso à Internet; sem contar no esgotamento visual e mental da figura do Bush... Depois? Blackout.

Não consigo me lembrar de quase mais nada. Meu cérebro pifou. Sentia-me como um zumbi obedecendo ordens, do tipo: "Todos desçam do prédio pq há uma ameaça de bomba". Fiz isso duas vezes, anestesiada.

Uma sensação de impotência tomou conta de mim. O que poderia fazer? Deveria continuar lá ou voltar? Impossível me recordar dos detalhes. Só consigo visualizar muito bem o desespero de minha roommate, que achava que estavámos a uma passo da 'terceira guerra'. Tentei acalmá-la, em vão...já q ela tinha surtado. Eu também tinha, mas sentia que estava "fora do meu corpo", observando tudo de longe...Palpitações, mãos tremendo, um cigarro após o outro e "remédios pra dormir pra me manter acordar" são minhas recordações 'físicas'.

Após o atentado, fiquei mais uma semana em NY (porque os aeroportos estavam super lotados, assim como as passagens para o Brasil não estavam sendo fáceis de adquirir). Sei que muita coisa aconteceu neste meio tempo, mas...blackout. Meu cérebro realmente parou e só agiu de forma robotizada Até meus sentimentos se tornaram "condicionados", já q a menina que estava comigo precisava de uma pessoa "aparentemente calma" a seu lado.

Enfim conseguimos passagens. A viagem de volta é ainda um grande X para mim. De nada me lembro. Sim, meu cérebro havia me manipulado. Talvez se não tivesse feito isso, eu teria arrancado todos meus cabelos ou então teria tomado tantos remédios que, provavelmente, não estaria "apta" a escrever neste momento, sendo bem eufemista.

Ficar away é uma parada estranha...assim como ter consciência de estar 'meio inconsciente', sei lá...

O fato é que depois de tudo isso, assumi a posição: "Jamais voltarei a NY". Em minha concepção, o lugar em que havia me divertido tanto, conhecido tanta gente, me apaixonado (mais de uma vez, btw rs) nunca mais seria o mesmo.

Agora penso de forma diferente...Tirando todos os contras de morar em uma cidade como New York, posso afirmar, veementemente, que em um 'piscar de olhos' estaria lá novamente. Sou apaixonada por esta metrópole. Saudades incomensuráveis da Broadway, da Fifth Avenue, do Central Park, da frivolidade, do touro de Wall Street e, é claro, do WTC (onde rolavam festas incríveis pra brasileiros, todas as quartas)...

Não é à toa que meu seriado preferido seja "Sex and the City". A 'loucura' de Carrie Bradshaw por Manhattan é totalmente understandable pra mim, condenando-me a questionar sobre minha outra paixão: Londres. Não sei dizer em que lugar me "encaixo" mais. Bem, se me perguntar agora (me refiro a este exato momento), a resposta é mais do óbvia...

"Start spreading the news..."