sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Rehab


Local:  sacada da sala

Hora: madrugada do dia mais quente do ano

Estou confusa. Portanto, não espere por um leitura linear...muito menos coesa! Quem avisa amigo(a) é...rs

Ai, ai...Além de cansada, irritada (mto pelo calor, odeio), estou me sentindo hipócrita. Seria esta a palavra correta? Meio forte, né? Mas o sentindo não foge muito disso não...

Tava pensando (sim, isso rola de tempos em tempos :P)...uma de minhas “grandes metas” é a de conseguir praticar o desapego. Tento exercitar este conceito há um bom período. Entre sucessos e fracassos, aprendi, caí, levantei e ressurgi. Entretanto, meu foco sempre foi em relação ao desapego pessoal. Nunca me liguei muito em relação ao material, pois acreditei que fosse um lance secundário. Talvez por não fazer o tipo  sedenta por money/status...Who knows? 

É óbvio que trabalho por dinheiro. Economizo também, é claro, mas a “plata” não faz meus olhinhos brilharem.  Trata-se apenas de um meio (deveras importante, lógico rs) de conquistar minha independência plena, de bancar minhas viagens, meus cursos. Ou seja, grana é essencial pra crescer, evoluir...(a meu ver e até agora...)

No momento, vejo que meu conceito sobre “materialismo” anda meio equivocado...Tudo bem, não sigo modinhas, não me importo com marcas de carros, assim como também não acredito que a felicidade se encontre em uma estante de uma loja (eu sei, eu seiiiii...forcei agora rs), mas....isso não significa que seja “desapegada” de verdade.

Pude comprovar isso hoje, digo ontem. Bem, janeiro está sendo dedicado ao trabalho, somente a ele. Jornadas loucas, de 12 horas por dia. De segunda a segunda, com poucos momentos  “relax”. Enfim, nada mais do uma fase na vida de quem é freelancer.

Só que hoje/ontem rolou uma parada tensa...MEU AMADO notebook se cansou de me servir. Tive que levá-lo pra assistência técnica. OK...Atrapalhou todo meu esquema, mas fazer o que, né? Até aí foi só “chato”, inconveniente, inoportuno, mas nada ultrajante rs. No entanto, quando me informaram que MEU TÃO PRECIOSO APARELHO não ficaria “pronto” rápido...cara...meu peito até apertou...

Não, na hora não pensei no meu trampo, o que rolou foi uma pré-saudade do meu computadorzinho! Agora me diz, isso é apego ou o quê?

Mal sabia o que estava por vir...Apesar de ter feito backup de tudo que me pareceu necessário, não fui esperta suficientemente pra fazer as cópias online também. Pra resumir, vários arquivos não abriram no meu PC. Tentei em outros....#fail.

Senti raiva, me senti burra...chorei, fiz o teatrinho todo. É isso aí, vivendo e aprendendo (nem que seja na marra).

Felizmente, consegui estender um pouco meus prazos, mas confesso que a vibe putaquepariu não passou, apenas “serenou”.

Se você for racional, deve estar me achando louca, né? Afinal, o que eu deveria estar fazendo? Trabalhando, ora pois! Ora pois nada! Se não parasse pra escrever esta maravilha (rs), meu cérebro estaria ainda mais fundido!

Pois é, descansar é preciso...E este break esfregou na minha cara um lance mto sério...Como sou dependente desta bendita (?) tecnologia! Viciada!

O negócio tá tenso...Por que preciso estar conectada all the time, por exemplo? Nem1 cliente importante irá aparecer no MSN de madrugada! Que dependência do cassete!

Enfim, como “uma coisa puxa a outra”, me lembrei das roupas que estão entulhando meu armário há milênios, mas que sempre "estou pra doar”. Amanhã, digo, hoje, limpa geral! Vou me organizar pra colocar um ponto final nisso.

Aliás, se o lance é o de reabilitação total, vou pegar pesado. Amanhã/hoje levo meu cel pra assistência técnica também (sim, meus aparelhos armaram um complô contra mim...Tecnologia a serviço do homem? O escambal!). Possivelmente, meu singelo smartphone padecerá “alguns dias úteis” em outras mãos. Já avisei meus clientes sobre “o ocorrido”. Meus amigos sabem o tel de casa. Então, move on! Se desta vez meu coração apertar, prometo respirar fundo, muito fundo...

Cara, quer dizer que além de hipócrita sou viciada? Que lance punk de se descobrir numa sexta feira!

Meu, falando sério...Expandi meu conceito sobre materialimso, vou ficar ligada em relação a isso from nowon...De que adianta estar no caminho certo do desapego pessoal se não consigo me livrar de meus artefatos tecnológicos? Para, dona Carla...

Aliás, o que estou fazendo no meu blog a esta hora? Será que além de hipócrita e viciada, também sou incoerente? Grrrrrrr...melhor parar por aqui! Hoje/amanhã será um longo dia...

NAMASTE

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Desfoque-se do seu foco

Não lembro com clareza como começou, só sei que foi bastante vívido. Foi tão real, apesar do contexto surreal, que foi impossível me esquecer dele. Foi o sonho mais simbólico que tive. Não sei qual foi o motivo que me trouxe esta recordação... Talvez um toque do inconsciente  ;) ?

O sonho aconteceu em uma sala totalmente vazia, com uma só parede. A cor dela era muito forte, nada agradável aos olhos. A minha primeira sensação foi de repulsa. A seguinte? De curiosidade...

Havia um quadro encostado, de maneira tímida, naquela parede. Estava envolto em uma moldura clássica e de bom gosto. Pensei: “O que este objeto tão refinado faz nesta sala?”. Foi quando resolvi observar o quadro de fato. Estava incompleto, parcialmente pintado. De repente, saquei qual era minha função ali ....Tinha que finalizar o inacabado. 
  
Se expressar-se não é tarefa lá muito fácil, imagina dar continuidade e terminar a expressão alheia? A sensação passou a ser de angustia: “Que responsabilidade concluir o trabalho de outra pessoa!”  Sem contar o fator óbvio e crucial: impossível transmitir o que o autor realmente deseja, pois as emoções são dele...só dele...

Luzes e trovões...Comecei a dar  "graças a Deus" pelo lance ser abstrato. Isto é, poderia ter mais liberdade do que imaginava...

Só me restou fechar os olhos. Uma montanha de devaneios tomou conta de mim. Não racionalizei, apenas imaginei cores que nem existem. Era só pensar em uma... que a lata de tinta, que flutuava a meu lado, mudava os tons de seu conteúdo concomitantemente com meu  “raciocínio”. Foi assim que, através de uma associação livre de ideias, finalizei a obra de outra pessoa.

Fiquei satisfeita com o resultado, até porque a conclusão tinha sido realizada antes do  deadline (sim, no meu sonho havia um tempo pré-estabelecido). Contudo, faltava executar outra tarefa: encontrar o local ideal para pendurar o quadro.

Distancie-me da parede, tentando vislumbrar o lugar onde colocaria a arte. Mudei a posição da pintura trocentas vezes. (em vão). Então pensei que a alternativa fosse fugir do obvio, mudando o ângulo do objeto (em outras palavras, deixando a parada torta hahahah). Sem sucesso.

Do nada, começou a tocar uma campainha em minha cabeça, como se fosse uma bomba em contagem regressiva. Eu tinha que pendurar aquilo de uma vez! Poxa, a parte mais difícil eu já tinha feito, como não conseguiria colocar a p* de um quadro em uma simples parede???

O barulho na minha cabeça e a angústia de: “Meu Deus, não vai dar tempo” me desesperaram. Foi aí que me dei conta de que a parede era, alem de feia, triste. Era impossível que qualquer obra de arte ficasse bem ali! Com a contagem regressiva rolando sem piedade, só tinha uma saída: detonar aquilo. Meu primeiro ímpeto foi derruba-la, mas não, me neguei a seguir o caminho mais fácil. Optei pelo prático: em mudar a cor daquele negócio. Então, de maneira muito rápida, várias outras latas de tinta surgiram.

Como um ser insano lutando contro o tempo, fui misturando diferentes tons ao jogar (literalmente) cada lata contra a parede. Para meu espanto, as paletas se mesclaram de maneira sublime. Respirei fundo, afinal, o cansaço físico e mental já tinham tomado conta de mim.  

Aos poucos, uma forte sensação de bem-estar me preencheu, pois meu dever havia sido cumprido. Olhei para o quadro e decidi colocá-lo de volta ao lugar original. No chão, no cantinho da sala- de- só-uma- parede.

Foi quando o barulho infernal parou e eu acordei.

Por que tive que penar tanto pra sacar que era a parede (que me incomodou desde o início), que precisava ser transformada, não o quadro?

Porque é assim que agimos no nosso dia a dia. Nos exasperamos com as coisas mais simples porque simplesmente não conseguimos (muitas vezes nem tentamos) mudar o foco para resolver a situação. Ceder e reconhecer que estamos no caminho errado não é fácil. Muitas vezes vamos até o fim (mesmo sabendo que não dará certo) só pra "pagar pra ver". É o ego batendo forte...

É tão besta pensar que se desfocar do foco pode ser  "a grande saída", não?  Pois esta será a minha onda em 2011. Pode soar simplista, mas o que eu quero é meio por aí mesmo: descomplicação! Será que rola? rs