segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O valor da PALAVRA

De acordo com o dicionário, ‘palavra’ significa “vocábulo provido de significação”. “De palavra” é alguém que cumpre o que promete (“pessoa de palavra”). Já em ambientes mais formais, “pede-se a palavra’. No plural, podemos abranger, utilizando “palavras vagas, discursos vãos”.

Pois é, nota-se claramente que tal termo denota sentidos expressivos, já que é um das bases da comunicação, como sabemos. No entanto, por que há tanta gente que faz ‘mau uso’ deste vocábulo?

Quase tudo que escrevemos/dizemos é relevante, pois qualquer tipo de declaração dá margem a diferentes interpretações. Porém, muitos subestimam o valor da mensagem. É por isso que há expressões do gênero: “Falei da boca pra fora”; “Pense duas vezes antes de falar” e afins.

O conceito de “pessoa de palavra” é evidente. Contudo, são pouquíssimos os indivíduos em quem depositamos confiança absoluta para utilizar tal expressão. Isso ocorre porque não é lá mto fácil distinguir alguém que fala a verdade de alguém que ‘brada’ discursos por impulso, hipocrisia, ignorância ou então somente por imaturidade mesmo.

É por essas e por outras que o valorizado “dou minha palavra” quase já perdeu seu mérito...Uma prova disso é a tendência que acordos sejam realizados por escrito. Atualmente, as pessoas se ‘previnem’ por meio de assinaturas. Todas as letras miúdas são 'minuciosamente esmiuçadas' e até mesmo se contrata um advogado para realizar o processo. Não estou criticando não, muito pelo contrário...rs.

Há uma questão ainda mais ‘complicada’ sobre o assunto: o "trato pessoal". Entre amigos e namorados não há documentos assinados, apenas mensagens trocadas. É aí que “tudo se perde” (ou não, claro).

O 'pobrema' é que muitos dizem “Eu te amo” como se estivessem falando: “Eu amo chocolate”. Geralmente são os mesmos que propagam “discursos em vão” e fazem “promessas vagas”‘. Tudo reflexo de uma sociedade sem consciência e sem memória... (É válido ressaltar que declarações podem ser também perigosas, pois convencem, manipulam...É, “todo cuidado é pouco”).

Enfim, como sabemos que o que foi dito/escrito por ‘gente querida’ é verdadeiro? Aí depende da percepção (se o ‘amigo’ tem caráter mesmo) e de outro ponto pertinente: as expectativas que geramos em relação aos outros. Como já comentado, tudo depende da ‘interpretação’. Quando há envolvimento emocional, fatos deixam de ser fatos, pois cada um os enxerga de acordo com ‘sua verdade’...E qual é a “verdade verdadeira”? Já não existe mais.

Quem nunca se perguntou: “Será que devo acreditar no que ele (ela) diz?” /"Será que ele (ela) não está se utilizando de expressões fortes só para alimentar o próprio ego?/"Será que ele (ela) não é um p* de um (a) sacana? Sinceramente? Não sei também...

Uma coisa é certa: “Quem fala muito, escuta pouco” e quem não sabe ouvir não entende o que passa a sua volta, torna-se egoísta e, em muitos casos, cria um mundo fantasioso, no qual, várias vezes, sente-se injustiçado pelos ‘seres reais’.

Por isso afirmo que, se pudesse, registraria esta citação (que não é minha, btw) em cartório: “A palavra é de prata e o silêncio é de ouro”.

E é isso...Meu Senhor, 4h30 da manhã e eu aqui! Uma ótima semana a todos, repleta de paz e de "declarações agradáveis e verdadeiras” ;) (Afff, que coisa mais cartãodenatal, né não? :S)

NAMASTE

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A PAZ QUE EU QUERO (E PRECISO) TER

Buzina, transito, eternos faróis fechados, pressão no trabalho, cobranças indiretas dos amigos, relacionamentos amorosos em foco. Vivemos ‘sob pressão’ constante e nos acostumamos a ela...Afinal, para sobreviver, temos que nos adaptar ao meio em que vivemos, não? Bem, pelo menos foi o que Darwin pregou...

Pois é, tudo isso a custa de quê (ou de quem)? De nossa saúde física e mental, no mínimo. O estresse toma conta, vai minando nossa sanidade e nós ficamos de braços cruzados, já que ‘a vida é assim mesmo’. Só que corpo e alma padecem...

Confesso que dizer ‘não’ é uma tarefa difícil pra mim. Foi por isso que prolonguei amizades e relacionamentos amorosos que deveriam ser ‘cortados’ no primeiro sinal de desrespeito. Aguentei grossuras, fechei os olhos para comportamentos descabidos (entre outras coisas) pra quê? “Porque não vale a pena se estressar, não revide, não ligue...” – foi assim que fui criada, numa espécie de cultura de ‘submissão’, em troca de uma falsa tranquilidade...

No entanto agora penso ‘diferente’. Uma canção do Marcelo Yuka reflete muito bem meu ‘conceito atual’: “A minha alma tá armada e apontada para a cara do sossego...pois paz sem voz, paz sem voz não é paz é medo!”

Tal medo pode ser observado de várias formas...por uma contínua “deglutição de sapos” (sob disfarce de calma), pela aceitação de imposições absurdas e por reclamações ininterruptas...

De tempos em tempos, sinto vontade de me isolar, com o intuito de encontrar, descobrir a tão famosa ‘paz interior’. Porém, vivemos em sociedade, e apesar de curtir ficar sozinha, tenho que encontrar este ‘estado de espírito’ em meio ao caos.

Cobranças e pressão não cessam, mas posso/preciso aprender a lidar com elas para não ter insônia, não exagerar na comida (ou o contrário, não comer nada) ou ficar angustiada sem motivo aparente.

Hoje entrei pela primeira vez em uma igreja messiânica e recebi meu primeiro Johrei, palavra composta de dois ideogramas: 浄 "Joh" (purificar) e 霊 "Rei" (espírito). A tal “Purificação da Alma” pode ser considerada, por muitos, um ‘tipo de religião’, mas como tem com base o Budismo, na minha opinião é mais uma filosofia de vida. Pensar no semelhante, ajuda-lo e estar feliz consigo mesmo 'espelha' um pouco o que o Johrei prega. Entretanto, ajudar quem está em nossa volta não significa dizer ‘amém’ pra tudo.

Também voltei a meditar. Até iniciarei um curso em breve, pois minha tranquilidade é so fachada em algumas ocasiões. Fui doutrinada por minha mãe a ‘nao ter mágoas, praticar o perdão etc e tal’. Tudo muito lindo na teoria...Porém, hoje sei que ‘a paz que quero ter’ não deve ter tais conceitos como ‘alicerce’ somente. O principal a fazer é me perdoar. A segunda etapa é impor limites, senão o mundo me engole (como já engoliu tantas vezes).

“Paz sem voz não é paz, é medo”. Medo do que? De não ser compreendida? De não ser aceita? De não ferir os sentimentos alheios? Para, né? Se precisar gritar para ser ouvida, eu berro...Caso neguinho não curta, I am so sorry...Cansei de ser terapeuta indireta e de reclamar sobre isso...

O meu ponto de vista em relação ao mundo só irá mudar quando eu agir de forma diferente. Não posso esperar nada de ninguém, a não ser de mim mesma... As pessoas não irão se ‘transformar’, continuarei cercada por hipocrisia...mas só atingirei o meu sossego se não for hipócrita comigo mesma.

Estou sim em busca da paz, mas de uma paz consciente, não daquela que me ‘obrigue’ a ceder, mas ‘daquela’ que permita que eu me doe de maneira inconsciente.

Ceder possui a carga de ‘obrigação’, doar-se é sabedoria.

NAMASTE