terça-feira, 21 de junho de 2011

Quem é você?


Se alguém lhe perguntar quem você é, provavelmente, sua resposta instantânea será dizer seu nome, idade, profissão, objetivos de vida, conquistas, fracassos… Isso, se for uma pessoa aberta, que não ligue em compartilhar seus desejos e anseios. Certo?


No entanto, tente pensar de forma mais profunda: Quem é você?

Um indivíduo é formado por valores, crenças, vivência e por outros fatores relativos ao ambiente e à própria natureza. Aí fica mais complicado responder sem analisar profundamente o íntimo de cada um. Mesmo assim, cada ponto de vista é único e, unilateral... Ou seja, quem somos não é quem imaginamos ser, pois não nos avaliamos de modo prático e racional. Normal, somos seres humanos…


Tampouco nossas famílias ou amigos mais próximos podem dizer quem somos, pois nunca estiverem ou nunca estarão em nossas peles…Acredito que somente um analista, perspicaz e pouco influenciado por certas linhas de raciocínio poderia definir com um pouco mais de exatidão quem somos, mas e nossa essência? Cabe somente a nós. Ou seja, pergunta complexa e sem resposta definitiva ou concreta.


Pois bem, mesmo assim vou tentar me definir, apesar de não gostar deste termo, pois sou mutável, como qualquer um.


Meu nome é Carla Luciana Bordin. Sim, sou da “época” do nome composto. Poucos sabem que há um Luciana no meio, pois assino simplesmente como Carla Bordin. Informação pouco relevante, concordo.


Tentando completar o questionário de maneira mais objetiva, continuo…Minha idade? Tenho 34 anos, apesar de sentir que possuo muito menos. O tempo corre sem perdão, não é?


Formei-me em jornalismo há mais de dez anos e exerço minha profissão desde o segundo ano da faculdade. Optei por esta carreira por ser extremamente curiosa a respeito dos mais variados assuntos. Ao mesmo tempo, tenho uma queda pela psicologia. Não é à toa que ocupo a posição de “divã” para muitos amigos e conhecidos. Gosto disso. O comportamento humano me fascina. É surpreendente como duas pessoas podem pensar de forma tão diferente sobre um determinado tema e ter reações mais distintas ainda. O mais incrível é que ambas podem estar “certas”. É aquela velha história…Tudo depende do ponto de vista…


Porém, na realidade crua, acabei trabalhando com assuntos mais exatos, relativos às áreas de Tecnologia e Economia. Ironia do destino…Se gosto? Sim, pois são segmentos que me remetem à atualidade e às mais variadas novidades. E quem não gosta de novidade?


No entanto, é claro, que se pudesse escolher, escreveria apenas sobre viagens, filmes e livros, porque é o que mais gosto de fazer. Aliás, se me perguntar o mais curto fazer, respondo no ato: viajar.


Ter acesso a novas culturas, a pessoas com “cabeças diferentes”, a lugares inusitados…Nossa, é simplesmente maravilhoso o que o mundo tem para nos oferecer!  Expandi muito minha mente quando me inseri nestas jornadas. Aliás, precisaria, ou melhor, preciso, fazer isso com mais frequencia.


Filmes e livros. Bem, talvez sejam um tipo de viagem diferente, não é mesmo? Com a literatura, construímos imagens sobre o que foi dito e pelas películas analisamos o acontecido, o que depende até dos movimentos da câmeras.


Atualmente o que também me desperta a atenção são as mídias sociais. Encanta-me a interação entre os seres humanos por meio de sites de relacionamentos. Meu interesse pelo estabelecimento de contatos e os vínculos criados por meio destas mídias é tão grande que, agora, estou escrevendo um livro sobre “relacionamentos em tempos de redes sociais”. As pesquisas estão me fazendo admirar cada vez mais o assunto. Estudar o comportamento humano parece um imã…Difícil, desfocar-me dele.


Humana. Boa palavra. Posso me descrever assim. Permito-me sentir, pois sentir é viver. Não, isso não é poeminha, quem é muito racional, só escolhe o caminho da direita. Eu sigo oras pela direita, oras pela esquerda. Quando percebo que estou intensa demais, a alternativa que me cabe é colocar o pé no freio, pois vivo em sociedade, antes de tudo. Aprendi a assertiva, pois o mundo requer isso de mim. No entanto, sou uma manteiga derretida, que se desmancha ao ver um comercial com cachorrinhos, por exemplo. Sim, choro, mas seguro a onda. Não gosto que as pessoas percebam. Por quê? Acho que devido a  uma mistura de orgulho e  proteção. Afinal, a seleção natural não perdoa “os frágeis”.


Meus valores são os da minha família, obviamente adaptados aos dias de hoje, pois meus pais ainda teimam em pensar com cabeça do século XX, normal...Minha família está longe de ser perfeita, mas é a minha base. Sou quem sou devido ao modo que me criaram.


Creio em mim e em cada individuo que faz parte da minha vida. Não “confio desconfiando”. Comigo não rola isso. Porém, se pisou na bola uma vez, fica muito complicado que a confiança se restabeleça…Se alguém me machuca, não remoo mais como antes. Excluo a pessoa da minha vida. Muita gente me considera fria por agir assim. Não, sou prática e, vivida…Dificilmente alguém que te fez chorar logo no começo não o fará futuramente.


Sinto que estou em constante mudança. Não, não faço o tipo “de lua”, mas talvez o satélite me influencie em alguns momentos…Ele não faz isso com as marés? Pois é, tenho a tendência a viajar mentalmente também, mas tudo sob controle, não sou lunática.


Já passei por muitas coisas difíceis, como qualquer ser humano…Algumas já superei, outras ainda estão presas, mas sei que é só uma questão de tempo para que elas saiam da gaiola…


Adoro estar rodeada por pessoas, mas em alguns momentos escolho uma só: eu mesma. É preciso ficar sozinha para assimilar, refletir e, muitas vezes, para chorar mesmo. Faz um bem danado pra mim.


Sou solteira e pretendo continuar assim até que apareça alguém que valha a pena. Cansei de bater a cabeça. Sim, estou aberta, mas não a qualquer um. Certamente preferiria estar com alguém, mas bem-acompanhada, não apenas “acompanhada”.


Meu objetivo de vida? Ser feliz! Piegas, não? Sim, concordo, mas fazer o que se é verdade? O que é ser feliz é difícil determinar. Não creio em felicidade plena, mas na conquista de pequenos objetivos. Tento correr contra o tempo, mas percebo que isso só gera frustração. Desta forma, aceito o que precisa ser aceito e luto, muitas vezes, pelo o que parece impossível. Sou uma sonhadora com os pés fincados no chão.


E aí, será respondi à minha própria pergunta? Vou refletir sobre isso mais tarde…


Já ia me esquecendo...Prazer, Carla!


E você, quem é?


NAMASTE